Neve Insular

Projeto de co-autoria de Rita Rainho e Vanessa Monteiro.

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História de Neve Insular

O projeto NEVE INSULAR surge no contexto do Concurso de Design BOKA PANU, no âmbito da URDI, Feira Nacional de Artesanato e Design, iniciativa promovida pelo CNAD - Centro Nacional de Arte, Artesanato e Design. Este concurso teve como tema "A panaria cabo-verdiana enquanto matéria criativa", e os projetos selecionados foram exibidos no Salão _ Created in Cabo Verde 2018 no Centro Cultural do Mindelo. Concebido pelas designers Rita Rainho e Vanessa Monteiro, o projeto NEVE INSULAR pretendeu provocar um olhar mais profundo sobre as relações entre a arte/design, os saberes e o território/natureza da ilha.

No dia 1 de Dezembro, foi realizada uma ação coletiva no Centro Agro-ecológico do Madeiral, envolvendo a sociedade civil e a AAPCM - Associação Agro-pecuária do Calhau e do Madeiral. Esta ação consistiu na plantação agrícola de algodão orgânico, chamando a atenção para a necessidade de produção local, contribuindo para a auto suficiência e sustentabilidade das atividades que têm esta matéria prima como base. É neste contexto que o projeto Neve Insular pretende levantar o véu sobre a extinção da produção de algodão no arquipélago, bem como a tendência premente do desaparecimento dos saberes e atividades ligados a esta matéria prima.

Importância do algodão em Cabo Verde

A produção de algodão em Cabo Verde ganhou maior relevância no século XVI, pela necessidade de responder ao mercado e procura externa, nomeadamente na costa africana. Neste sentido foram analisados os tipos de produtos que poderiam, facilmente, servir de moeda de troca e cuja a convertibilidade se enquadrasse nesse mesmo panorama. Assim, o algodão surge como solução sustentável uma vez que a sua produção encaixa devidamente os campos económico, ecológico e humano. O resgate atual desta produção é confirmado pelos textos que comprovam a facilidade de desenvolvimento desta espécie vegetal no arquipélago, especificamente, "em esta ilha (Santiago) nasce muito algodão e os algodões que são regados dão duas novidades no ano a saber uma em dezembro e janeiro, outra em maio e junho. E as outras que não são regadas dão uma novidade no ano." O algodoeiro é uma planta muito resistente à seca, e adaptou-se sempre às condições do arquipélago. A pesar disso, as organizações locais do sector confirmam que a produção de algodão não teve continuidade. O nosso trabalho de campo em 2018, permitiu-nos concluir que, embora não haja produção na ilha de São Vicente, há crescimento espontâneo desta espécie com desenvolvimento da flor e fibra.

Procurando uma experiência e um contributo responsável com o mundo contemporâneo, o projeto assume uma dimensão holística capaz de promover relações interdisciplinares efetivas, partilhas e sinergias entre as várias áreas num planeta sustentável. Nenhum projeto Artístico, nem de Design pode hoje afirmar-se sustentável sem se repensar desde a semente ao consumidor. E, por isso, o projeto integra domínios de atividade, Agrícola, Educativo e Artístico. Pretende reabrir parcerias históricas entre entidades dos diferentes ramos, criar ligações do urbano com o rural, incentivar uma consciência ambiental, e uma prática artística sustentável.


© 2017 Vanessa Monteiro
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